História e Economia do Brasil
Antes da chegada de Pedro Álvares Cabral (pré-1500)
Antes da chegada dos portugueses em 1500, o território que hoje conhecemos como Brasil era habitado por milhões de indígenas, organizados em milhares de povos e tribos com línguas, culturas e modos de vida diversos. Os principais grupos linguísticos eram os tupi-guarani, jê, caribe e aruaque. Eles viviam da caça, pesca, agricultura (como o cultivo de mandioca e milho) e tinham sistemas próprios de organização social e espiritualidade.
A chegada dos portugueses (1500)
Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil em 22 de abril de 1500, marcando o início da colonização portuguesa. Inicialmente, a principal atividade foi a extração de pau-brasil, uma árvore nativa usada para corante, com mão de obra indígena escravizada. Com o tempo, Portugal implantou o sistema de capitanias hereditárias e depois o governo-geral para melhor controlar e explorar a colônia.
Colonização e escravidão
- A partir do século XVI, o Brasil se tornou um grande produtor de açúcar, usando trabalho escravo africano.
- No século XVIII, com a descoberta de ouro e diamantes em Minas Gerais, iniciou-se o chamado Ciclo do Ouro.
- Mais tarde, vieram os ciclos do algodão, cacau e café — este último sendo a principal riqueza brasileira no século XIX.
Guerras e Conflitos
- Confederação dos Tamoios (1554–1567): aliança indígena contra os portugueses no litoral sudeste.
- Guerra dos Palmares (século XVII): combate aos quilombos, especialmente ao Quilombo dos Palmares.
- Inconfidência Mineira (1789 - 1792): tentativa de independência inspirada pela Revolução Francesa.
- Guerra da Cisplatina (1825–1828): disputa entre Brasil e Argentina pelo território do atual Uruguai.
- Guerra do Paraguai (1864–1870): maior conflito da América do Sul, com Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai.
- Revoltas internas: como a Balaiada, Cabanagem, Revolta dos Malês e Farroupilha, todas com motivações sociais, étnicas ou econômicas.
- Participação nas Guerras Mundiais (1944): O Brasil enviou tropas à Itália na Segunda Guerra Mundial.
- Ditadura Militar (1964–1985): regime autoritário instaurado após golpe militar.
Riquezas Naturais
O Brasil é extremamente rico em recursos naturais:
- Biodiversidade: maior do mundo, com a Floresta Amazônica.
- Minérios: ferro, ouro, bauxita, manganês, nióbio (maior reserva do mundo).
- Água doce: detém cerca de 12% da água potável do planeta.
- Agricultura: solos férteis e clima propício para cultivo em larga escala.
Principais Exportações brasileiras (2025)
- Soja (grão, farelo e óleo)
- Minério de ferro
- Petróleo bruto
- Carnes (bovina, suína, frango)
- Café
- Celulose
- Milho
- Açúcar
Principais destinos: China, Estados Unidos, União Europeia, Argentina.
Imperadores e Presidentes do Brasil
O Brasil teve dois imperadores durante o período monárquico (1822–1889):
- Dom Pedro I (1822–1831): proclamou a independência do Brasil, abdicou em favor do filho.
- Dom Pedro II (1840–1889): assumiu aos 14 anos após a maioridade antecipada, foi deposto na Proclamação da República.
Desde 1889, o Brasil teve ao todo, 36 presidentes diferentes, somando 41 presidências e 39 mandatos. O primeiro presidente foi o marechal Deodoro da Fonseca (1889–1891), enquanto Getúlio Vargas foi o que mais tempo permaneceu no poder, somando 15 anos nos períodos de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954.
Alguns presidentes eleitos não chegaram a tomar posse: Júlio Prestes foi impedido pela Revolução de 1930, e Tancredo Neves faleceu antes da posse em 1985.
Abaixo, uma lista em ordem cronológica com anos de mandato e observações:
- Deodoro da Fonseca (1889–1891)
- Floriano Peixoto (1891–1894)
- Prudente de Morais (1894–1898)
- Campos Sales (1898–1902)
- Rodrigues Alves (1902–1906)
- Afonso Pena (1906–1909)
- Nilo Peçanha (1909–1910)
- Hermes da Fonseca (1910–1914)
- Venceslau Brás (1914–1918)
- Delfim Moreira (1918–1919)
- Epitácio Pessoa (1919–1922)
- Artur Bernardes (1922–1926)
- Washington Luís (1926–1930)
- Júlio Prestes (eleito em 1930, não tomou posse por causa da Revolução de 1930)
- Getúlio Vargas (1930–1945)
- José Linhares (1945–1946, interino)
- Eurico Gaspar Dutra (1946–1951)
- Getúlio Vargas (1951–1954)
- Café Filho (1954–1955)
- Carlos Luz (1955, interino por 3 dias)
- Nereu Ramos (1955–1956, interino)
- Juscelino Kubitschek (1956–1961)
- Jânio Quadros (1961)
- João Goulart (1961–1964)
- Paschoal Ranieri Mazzilli (1964)
- Humberto Castelo Branco (1964–1967)
- Artur da Costa e Silva (1967–1969)
- Junta Militar (1969, provisória)
- Emílio Garrastazu Médici (1969–1974)
- Ernesto Geisel (1974–1979)
- João Figueiredo (1979–1985)
- Tancredo Neves (eleito em 1985, faleceu antes da posse)
- José Sarney (1985–1990)
- Fernando Collor (1990–1992, renunciou após impeachment)
- Itamar Franco (1992–1995)
- Fernando Henrique Cardoso (1995–2003)
- Luiz Inácio Lula da Silva (2003–2011)
- Dilma Rousseff (2011–2016, sofreu impeachment)
- Michel Temer (2016–2019)
- Jair Bolsonaro (2019–2022)
- Luiz Inácio Lula da Silva (2023–presente)
Política: século XIX e Hoje
No Império (1822–1889), o Brasil era uma monarquia constitucional. O imperador tinha poder moderador, controlando os demais poderes. A política era centralizada e excludente.
Hoje, o Brasil é uma república federativa presidencialista, baseada na divisão dos três poderes:
- Executivo: Presidente da República, governadores e prefeitos.
- Legislativo: Congresso Nacional (Senado e Câmara), assembleias legislativas e câmaras municipais.
- Judiciário: tribunais como o STF, STJ, TSE, e justiça federal e estadual.
A Constituição de 1988 assegura direitos civis, sociais e políticos, sendo um marco da redemocratização.